Do SERTÃO à CIDADE...



DO SERTÃO À CIDADE


Por aqui tudo era um sertão, com muita araucária, erva mate, riquezas naturais e animais selvagens.

O local primeiramente era habitado somente por Índios.


Na foto - Índios de BVT em 1886. Do arquivo de Ivo Kuchler.

Esses Índios eram Tupiniquins e Tupinambas conhecidos posteriormente como bugres não sendo dos Kaigang e Xokleng como se tinha conhecimento, o cacique se chamava Karamuru e a chefe dos bugres era Tereza, da tripo Ge Arapuru, conforme a foto e segundo informações do Sr. Ivo Kuchler, neto de Augusto Kuchler, que veio da Alemanha em 1882 e logo foi contratado pelo Governo para amansar os índios de todo o Brasil, pois esta era a sua profissão, chegou por aqui com esta função e foi um dos pioneiros deste lugar. 


Mesmo assim, outros indígenas acabavam estando sempre por aqui, vinham em busca da caça e da pesca e atrás dos pinheirais na época do pinhão.


Antes da Guerra do Contestado, iniciada em 1912, a região onde hoje fica Bela Vista do Toldo era passagem de tropeiros que transportavam gado, couro e charque do Rio Grande do Sul para São Paulo e Minas Gerais. Ali eles paravam para descansar e, por volta de 1880, foram surgindo pequenos povoados, que hoje formam as comunidades do município.


Este sertão também era local de paragem de jagunços e caboclos que não possuíam paragem fixa e se hospedavam em acampamentos montados por eles mesmos.


Embora já existissem moradores por aqui este local somente era encontrado através de picadas na mata.



Com a chegada de pessoas interessadas em ficar por aqui cada vez mais foram sendo abertas novas picadas e carreiros, os quais aos poucos foram sendo alargados e transformados em estradas e em seus arredores foram sendo construídas casas, casas de comércio, serrarias e fábricas de erva mate.

 Na foto - população de BVT em 1916. Do arquivo de Ivo Kuchler.


O Dr. Kurt Kirchholff, conhecido como Curte Queixo (médico, já de bastante idade) era quem cuidava da saúde dos poucos moradores que aqui estavam e de todos os outros que foram chegando.



Nessa época também já estavam por aqui as famílias Trierweiler, Kolita e Schiessl.


Como era um sertão, as terras não tinham dono. Então os primeiros habitantes que chegavam iam tomando posse da terra, sendo que mais tarde bastava requerê-las para se tornar proprietário. Cada habitante acabava ficando com grandes levas de terras que se dividiam normalmente pelos canais dos rios ou por faixas de capoeira.

Sem dono, a terra era logo demarcada por quem ia chegando.
Estanislau Schumann logo após sua chegada, entre os anos de 1900 a 1908, apossou-se de várias extensões de terras, cerca de 300 alqueires. 

Na foto - Estanislau Schumann. Do arquivo da Escola.



Vendo a riqueza do lugar e com sua aguçada visão de futuro e grande inteligência, logo contratou o agrimensor Rodolfo Wolff Filho para que se realizasse um planejamento e fizesse o traçado das ruas, visando o crescimento e a organização do vilarejo já existente.





Na foto - o traçado da 1ª rua e pontos de comércio. Do arquivo de Tereza T. Borges.
Em seguida Estanislau Schumann loteou terras, atraindo para o povoado profissionais liberais tais como ferreiro, carpinteiro, sapateiro, seleiro, açougueiro e comerciantes, trazendo assim o progresso e o desenvolvimento da região, em seguida apareceram também as madeireiras, as ervateiras, olarias e moinhos de arroz, de farinha de mandioca e de milho que eram chamados de “tafonas” e “monjolos”, construídos próximos aos rios, pois precisavam ser movidos por rodas d´água. 
Na foto - residência e alfaiataria de Miguel Lessak. Do arquivo de Cristiane Pereira.

E com o vilarejo organizado logo surgiram a primeira Capela e a primeira Escola.
Na foto - 1ª Capela construída pela população em 1922. Do arquivo de Cristiane Pereira. 
Na foto - professor e alunos em frente a 1ª Escola Pública - 1926. Do arquivo de Rosita P. Schimboski.

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