Amansador de ÍNDIOS, aqui?



AMANSADOR DE ÍNDIOS, aqui?


Pela grandeza dos fatos e para entender bem a história torna-se importante contar que Augusto Küchler chegou no Brasil em 1882, com 49 anos, vindo da Alemanha (Frankfur), junto com seu filho Augusto Kuchler Junior que tinha apenas 07 anos, depois que sua primeira esposa foi morta, picada, cozida e comida pelos índios “pele vermelha”, existentes na Alemanha, nessa época. 


Augusto depois de 50 dias de viagem em um navio, chegou ao Brasil e ficou primeiramente no lugar chamado na época de Pão de Açúcar (Rio de Janeiro), depois ficou um tempo num acampamento de imigrantes no Rio de Janeiro e logo foi para São Paulo. 


Como tinha a profissão de “Amansador de Índio”, logo foi contratado pelo Governo de São Paulo para “amansar” os índios de toda aquela região. 


Para chamar os índios (ariscos), o Governo dava fumo, palha, colar, pulseira, qualquer coisa que pudesse atrair a sua atenção, estes objetos eram pendurados nas árvores. No dia seguinte quando iam olhar os objetos já não estavam mais, e assim iam fazendo, até poder se aproximar e manter contato com os indígenas. 


Augusto trabalhou em São Paulo, Tocantins e Goiás sendo então contratado para “amansar” os índios dessa região.


Então Augusto e seu filho desceram o rio até Rio Negro/Mafra e de lá para cá vieram fazendo picadas na mata e acharam os índios que aqui estavam. 


Na foto - Índios e um Padre
Do arquivo de Ivo Küchler


A “taba” dos índios ficava onde hoje está instalada a garagem da empresa de ônibus, era ali onde moravam, ficavam na maioria do tempo e faziam suas danças e rituais indígenas, também tinham um salão onde realizavam danças que era subterrâneo, localizado no local chamado de “poços”, localizado um pouco mais pra frente de onde ficava a “taba”, no terreno que hoje é do Sr. Romeu Wagner. 


Como conta também seu Ivo Kuchler, estes índios foram “amansados” e levados para Tocantins/TO, por seu avô Augusto Kuchler, cerca de 40 índios foram levados e 05 (sendo 02 índias e 3 índios, dos mais velhos) não aceitaram ir e ficaram por aqui até a morte. 


Augusto levou aproximadamente 22 luas cheias (ou seja, 22 meses) para chegar até aqui e bem mais para retornar para Tocantins com todos aqueles índios. 


Cerca de um ano após terem chegado em Tocantins, Augusto Kuchler morreu. Então seu filho com 12 anos ficou morando por lá e como já tinha aprendido a profissão do pai, continuou com o ofício de “amansar índios”. 


Trabalhou ainda muitos anos na região de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Goiás, “amansando” índios. Até que resolveu voltar para essa região, onde passou a residir. 


Entre os anos 1900-1904, Augusto Kuchler Junior, retornou para cá trazendo consigo 05 famílias de imigrantes de São Paulo, que são os Trierweiler, Kolita, Kurts, Schiessl e outra que não se sabe. O Dr. Kurts era médico do exército da Alemanha na época da Guerra Mundial e cuidou de inúmeros feridos, já veio com bastante idade e aqui faleceu com mais de 100 anos e o Sr. Schiessl era ferreiro. 


Augusto Junior deixou essas pessoas por aqui e retornou para São Paulo e trabalhou por mais alguns anos, casou e ficou viúvo. 


Quando retornou, aqui conheceu uma moça chamada Maria, mas novamente retornou para São Paulo, até que mais ou menos em 1915, voltou para casar e aqui ficar definitivamente.


Depois de viúvo pela 2º vez, conheceu Eulilia Tufek Kuchler, vinda de Lages com quem teve 09 filhos e viveu até sua morte.


Augusto Kuchler Junior foi flechado e morto por indígenas vindos de Tocantins em sua perseguição, por ter possivelmente engravidado algumas índias naquela região. 


Com a chegada desses indígenas, Augusto não pode mais ter paradeiro fixo e viveu fugindo com sua família por muitos anos antes de sua morte. 





8 comentários:

  1. Gostaria de saber aonde foi Enterrado Augusto Kuchler.

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    1. Seu Augusto Kuchler está sepultado no cemitério de Bela Vista do Toldo. Próximo à nossa cidade.

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  2. Na verdade a foto acima é do padre João Kominek, pároco de Paraguaçú (Itaiópolis), o qual realizou trabalhos de pacificação com os índios Xokleng na região de Ibirama. A foto é de lá, por volta de 1925.

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  3. Eloi agradeço pelo seu esclarecimento. Essa foto foi me passada por um morador aqui de Bela Vista do Toldo. Que explicou que essa foto pertenceu ao seu avô. Como era a única informação, dei por certa. Vou corrigir, mas gostaria de saber como obteve essa informação?

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  4. Olá Carla. Sou historiador e pesquiso sobre os Índios na região do Contestado. Tive contato com essa foto no Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Encontra-se nos relatórios do SPI (Serviço de Proteção aos Índios). No link a seguir há uma outra foto do padre Kominik, da mesma época. É possível ver a semelhança entre as duas fotos. Seria muito interessante descobrir a ligação entre esse morador de Bela Vista e o padre. E, Parabéns pelo seu blog. A memória local sempre deve ser preservada, e iniciativas como a sua são uma contribuição enorme. Link da foto: https://www.facebook.com/itaiopolissw/posts/1667407140190066

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  5. Augusto kuchler é meus tataravô alguns de nossa família tem algumas medalhas dele

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  6. Olá, tudo bem? Então, sempre pesquisei muito sobre meus familiares passados, e descobri a pouco tempo que Augusto Kuchler foi padrasto do meu Bisavô, Então se pudermos entrar em contato para falarmos sobre eu adoraria demais demais, Eu moro em Canoinhas que é bem perto, fiquei chocado quando descobri a importância dele para Bela vista do Toldo e tal, fiquei bem emocionado, se puder entrar em contato meu e-mail é ' johnlenonnevesdeoliveira91@gmail.com

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