O que PRODUZIAM?



O QUE CULTIVAVAM E PRODUZIAM



Primeiramente existiam apenas lavouras para consumo da própria família (de subsistência), com plantio de feijão, milho, abóbora, mandioca, amendoim, batata, centeio e alguns legumes (repolho, couve, cebola, alho, mostarda, pepino, melancia).



Somente plantava legume quem tinha cerca boa (por causa das galinhas, porcos e bichos do mato), sendo que ainda tinha o problema com os passarinhos que por vezes comiam todas as sementes. 


Mais tarde, com a melhoria das terras, começaram a plantar o arroz e mais tarde ainda o trigo, que eram levados para moer nos moinhos da região. 


Como o local foi povoado na maioria por imigrantes europeus a prática de processar os alimentos chegou junto com eles e aos poucos os caboclos também foram aprendendo, faziam doces de caixeta, geleias, compotas, conservas, pepino na salmoura e outros.


Dos animais abatidos faziam charque, 'toicinho',  linguiça, 'xuriço' e outros.


Muitos sabiam fazer também a cerveja caseira.




COMO OS ANTIGOS 
CULTIVAVAM A TERRA


As roças eram feitas em capoeiras e em taquaral, conhecidas como “roça de toco”, onde o mato era derrubado ou roçado, depois queimado e então era feito o plantio com o 'xaxo' (uma ferramenta da época, que depositava as sementes em covas abertas na mesma hora em que se introduzia a ferramenta ao chão). 


As sementes vinham de São Paulo ou eram colhidas e guardadas de um ano para outro. 


O plantio era feito sem nenhum tipo de adubo. A cada ano se usava um local diferente para plantio e sendo de capoeira alta e de boa idade (velha), o mato não aparecia, por isso não era feito capina. Os poucos matos e brotos que surgiam eram cortados a facão ou arrancados com a mão. 


Posteriormente para o plantio de trigo, aveia e cevada, o solo era picado com a enxada e a semente era lançada ao chão. 


Tudo isso dava muito trabalho então normalmente eram feitos “pixiruns” ou mutirão, onde se reunião muitas pessoas para realizar o trabalho.



Pixirum de Victório Damaso da Silveira na roça da Serrinha.
Imagem de propriedade de Angelina Damaso da Silveira dos Santos.

 Em troca se matava um porco para a refeição de todos e ao final do dia se fazia um baile para festejar o dia de trabalho. Nesses bailes era comum dar confusão, pois sempre havia alguém que não trabalhou e queria participar. 


Pixirum de Victório Damaso da Silveira almoço ao lado do 'paió' da roça da Serrinha.
Imagem de propriedade de Angelina Damaso da Silveira dos Santos.


Para fazer roças de capoeira tinha que ter grandes extensões de terra, pois cada safra tinha que ser feita em local diferente, por isso, quem tinha pouca terra era obrigado a trabalhar para os fazendeiros. 


Alguns proprietários preferiam não fazer o “pixirum” e contratavam trabalhadores em “empreitadas” que recebiam pagamento pelo trabalho, seja em mantimentos, em dinheiro ou em troca de parte da produção da roça de capoeira, para isso uma parte do terreno já era separada para o empregado antecipadamente. 


Foi apenas mais tarde que foi usado o sistema de capina do mato com enxada e bem mais tarde ainda que surgiu o arado de tração animal para cultivar a terra. Foi nesse período que se iniciou o cultivo da mesma área de terra para mais de uma safra, mesmo assim o arado ainda era usado no meio de tocos.




A CRIAÇÃO E O TRANSPORTE 
DE ANIMAIS DOMÉSTICOS



Os nossos pioneiros criavam bois e vacas, porcos, cabritos e galinhas. 


Comercializam porcos. Os porcos eram criados e  levados para Curitiba/PR e outras cidades. 


Para poder conduzir as 'Varas de Porcos' e levá-los para tão longe, quando se aproximava o momento da viagem, as famílias ficavam dias costurando os olhos dos porcos, apenas uma matriarca ficava com os olhos abertos, esta era conduzida pelo caminho e os outros, por instinto e pelo cheiro a seguiam.


Muitos caboclos ainda tinham a sabedoria de domesticar porcos selvagens. 


Compravam mulas (cargueiros) e cavalos para transporte de cargas e de pessoas. 


Também tinham gato e cachorro como animal doméstico.




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