CAPELAS ANTIGAS




AS CAPELAS DO PASSADO





 Padroeira da Capela:
A Padroeira da Capela de Bela Vista do Toldo é
Nossa Senhora da Glória.





Por que foi escolhida essa Padroeira:


Conta-se que quem escolheu a padroeira da Capela do povoado de Bela Vista do Toldo foi um Padre de Curitibanos, Frei Teobaldo (ou nome parecido). Foi ele quem contou sobre a existência dessa Santa existente na Polônia e disse que queria que ela fosse a nossa padroeira.


Então, José Poloniski e João Poloniski, que eram irmãos, foram incumbidos de buscar em União da Vitória/PR uma réplica da imagem de Nossa Senhora da Glória, que iria chegar por trem, vinda diretamente da Polônia.


Essa réplica devia ser o pequeno quadro que existia na primeira Capela, através do qual o povo fazia sua adoração à Nossa Senhora da Glória.


Até que o Sr. Alberto Kohler, encomendou a compra de uma imagem de Nossa Senhora da Glória, em São Paulo.


Logo correu a notícia que a Estação (da estrada de ferro) mandou conhecimento que ia chegar uma imagem no nome do Sr. Alberto Kohler.


A chegada da imagem foi muito marcante para a população da época e carregada de muita fé, festividades e honrarias à imagem de Nossa Senhora da Glória. Essa riquíssima história foi contada por Dona Verônica Lessak (esposa de Miguel Lessak) em um depoimento realizado em 1987, conforme se relata logo abaixo:


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Conta Dona Verônica Lessak, que no dia em que era para buscar a imagem na Estação amanheceu chovendo muito. Mesmo assim, bem cedo todos escutaram os guizos, o chicote estalando, correram para as janelas e viram o casal (Alberto Kohler e esposa Helena) sentadinho no banco da carroça, passando e dando bom dia para o povo alvoroçado, que espiava por trás das vidraças das janelas.

Lá foi a carrocinha de toldo dos Kohler, não era um carro para frete, nem para carga pesada do armazém, só dois cavalos bonitos, brilhando de bem tratados, era um carro de passear, provavelmente um “trole”.

Decerto esperaram na Estação e aproveitaram para fazer visitas, comprinhas, pois só voltaram a noitinha, enquanto o povo continuava alvoroçado esperando. Então se escutou o som e logo todos viram a carrocinha passar levando a imagem.

Conta a história que o Sr Alberto Kohler recebeu a imagem na Estação, levou até sua casa e a guardou encaixotada sem que ninguém a vise até o dia da festa.

Nos fins de semana e alguns dias a noite o seu Alberto e a dona Helena começaram a visitar as famílias, convidando os casais para padrinhos na benção da imagem. Convidaram, como lembra dona Verônica, o Paulo e a Helena Ossowski, o Carlos e a Ema Schermack, o João e a Ana Knoreck, João Kolita e a esposa Candoca, Francisco e Vitalina Pereira, Joaquim Pereira e dona Augusta, Francisco e Maria Schimboski, Pedro e Mariechen Trierweiler, Miguel Lessak e Verônica Lessak, os casais Jukoski e Suchinski e muitos outros casais.

No dia marcado a imagem de Nossa Senhora da Glória (a mesma existente na Igreja até hoje) foi trazida para a vila com acompanhamento do povo e com Padre na frente. O Padre havia chegado um dia antes das festividades e estava hospedado na casa dos Kohler. Até para o cavalo do Padre eles davam a melhor acomodação. Nessa época, além do Padre, também hospedavam o Bispo, autoridades, parentes, quem precisasse.

A imagem foi colocada no andor, já enfeitado com “topes” e flores de papel crepom. A dona Helena só completou amarrando na imagem muitas e muitas peças de fita, todas iguais, divididas de comprido, metade branca, metade amarela.

Era a Nossa Senhora da Glória, bonita, cabelo bem comprido e manto azul, tudo de gesso bem pintado, grande.

A missa foi rezada em agosto de 1929, pelo Frei Vitor e durante a benção e a procissão, cada casal que era padrinho ia segurando uma ponta de fita, era aquela “fitarada” tramada lá em cima, por volta da Santa e do do andor. A banda tocando “Louvando Maria” e o canto “Maria concebida” com o povo cantando o mais que podia, tudo entremeado com a reza do terço, andando bem devagar. O sol, brabo... O sino tocava e tinha muito foguete.

De volta para a igreja os Kohler deram para cada casal de padrinho uma daquelas peças de fita que eles mesmos tinham, encomendado (porque era demais para ter tudo nos armazéns do Mayer ou do Fritz Kohler ou mesmo em outro negócio da cidade de Canoinhas). Também deram para vender alguns pedaços da fita ali mesmo, durante a festa. O dinheiro era para outras melhorias da capela. E cada um dava o quanto podia para levar a fitinha de lembrança.

O esposo de Dona Verônica Lessak (que fez esse depoimento), o Sr. Miguel Lessak, guardou por toda a vida o pedacinho de fita do casal, dentro do “texto”, ou seja, da Bíblia Sagrada, que ele carregava a cada ida e vinda da Igreja.


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O Sr. Alberto Kohler e seu fiel amigo Miguel Lessak fizeram juntos muitas coisas em prol da comunidade. Eram da Comissão e muito contribuíram para a construção da nova Igreja, de tijolos. Mais tarde, ficaram parentes, pois o filho de Sr. Alberto, o Eraldo casou-se com a sobrinha de seu Miguel, Dona Cecília Lessak.


Na foto – Alberto Kohler, esposa e filhos.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


Na foto – Miguel Lessak, em pé, aprendendo o ofício de alfaiate, em 1923.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


 Na foto – Casamento de Eraldo e Cecília Lessak.
Do arquivo de Cristiane Pereira.



Como eram e como ocorreu 

a construção das Capelas:




PRIMEIRAS CELEBRAÇÕES




O local onde primeiramente eram feitas as orações e celebrações da comunidade era uma pequena casa de madeira, coberta de “tabuinhas”, muito precária, localizada no meio da vila. Uma casa sem repartições, bem simples e rústica. Que servia de capela e escola.


Na foto – essa simples casa era Igreja e Escola, em 1916.
Do arquivo de Ivo Kuchler.




PRIMEIRA CAPELA


A 1ª capela foi construída no ano de 1922,
era de madeira, coberta com tabuinhas e com 01 torre.


O terreno para a Capela foi doado por Estanislau Schumann e a construção foi feita com doações, festas e com o trabalho da comunidade.




Na foto – um recorte de imagem feito da foto panorâmica do município
mostrando a 1ª Capela, construída em 1922.
Do arquivo de Rosita Pereira Schimboski.



Na foto – comunidade e Freis nos preparativos para a Festa e para receber o Bispo.
Do arquivo de Romeu Wagner



Na foto – comunidade reunida em celebração com o Bispo.
Do arquivo de Cristiane pereira.



Na foto – comunidade em Festa celebrando em frente a 1ª Capela.

Do arquivo de Cristiane Pereira.
Na foto – Frei misturado as crianças e a comunidade recepcionando os visitantes.
Do arquivo de Romeu Wagner.



Na foto – Frei Modestino.
Do arquivo de Romeu Wagner.




SEGUNDA CAPELA

Em 1942 foi iniciada a construção da nova Capela. Esta Capela foi construída com tijolos e coberta com telhas. A construção foi feita em volta da Capela de madeira, sendo que só depois esta foi desmanchada. 


Na foto – lançamento da pedra fundamental de construção da 2ª Capela, em 1942.
Do arquivo de diversas pessoas da comunidade.


Na foto – Primeira Comunhão no dia do lançamento da pedra fundamental, em 1942.
Do arquivo de diversas pessoas da comunidade.


Na foto – Celebração e ato de lançamento da pedra
fundamental de construção da 2ª Capela, em 1942.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


A nova Capela foi inaugurada ainda inacabada em 1943, 
com missa, comunhão e festa.


 Na foto – Autoridades e líderes da comunidade no dia de Inauguração da 2ª Capela, em 1943.
Do arquivo de diversas pessoas da comunidade.


Na foto – Primeira Comunhão de Tereza e Antonio Tyszka, 
no dia de inauguração da nova Capela, em 1943.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena).




A 2ª Capela tinha duas torres, era de tijolos, coberta com telhas, sendo razoavelmente maior que a primeira, pois foi construída em volta da 1ª, sendo esta desmanchada depois. 


Na foto – aparece a fachada da Capela e antigos moradores.
Imagem encontrada na internet no Portal de Prefeitura de Bela Vista do Toldo.



Para a sua construção a madeira foi desdobrada a mão e as pedras para a fundação foram trazidas de carroça do alto do morro dos “Gude” para encher valetas que tinham 1 metro de profundidade e 01 de largura. Essa fundação ainda está lá.

Segundo consta, o forro desta Capela (que era todo arqueado com belíssimas pinturas) foi construído com uma mistura muito diferente, pois para suportar e aguentar o arqueamento foi misturado cimento, pêlos de animais (porcos, bois, entre outros) e serragem. Ficou tão firme que com essa mistura o forro iria durar muito tempo ainda, pois foi muito difícil desmanchar.


As belíssimas imagens pintadas no interior da Capela.



Nas fotos – Imagens do interior da 2ª Capela, pouco antes da demolição.
Do arquivo de Maria Rosilene Martiniski Lessak.


 Na foto – grupo da 3ª idade reunido em frente a 2ª Capela.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


Na foto – Membros da Diretoria:
Ovídio D. da Silveira - Osmar Poloniski - Osni Lessak - José Poloniski - Evaldo Schimboski.
Do arquivo de Maria Roselene Martiniski Lessak.



Na foto – Imagem da 2ª Capela, pouco antes da demolição.
Do arquivo de Maria Rosilene Martiniski Lessak.



Esta Capela permaneceu até a construção da Capela atual, que agora é também Matriz e Paróquia Divino Pai Eterno de Bela Vista do Toldo.





TERCEIRA CAPELA 
- CAPELA ATUAL -


A atual Capela teve seu início de construção no ano de 1997, sendo totalmente concluída no ano de 2000.
Porém, em 1998 já era utilizada pela população para realização das Celebrações.



Foi construída pela comunidade de Bela Vista do Toldo contando com a ajuda de todas as demais comunidades do município, que já idealizavam a implantação da Paróquia.

  




Nas fotos – Imagens da construção da 3ª Capela, em 1997.
Do arquivo de Maria Rosilene Martiniski Lessak.



Nas fotos – Imagens da 3ª Capela, em 1998, em processo de finalização da obra.
Do arquivo de Maria Rosilene Martiniski Lessak.


Na foto – Dia 04.12.1999 - Bodas de ouro - Sr. Kininki e esposa -  
ela faleceu em 19.12.1999 - 15 dias após.
A imagem mostra o interior da Capela ainda inacabado.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


Na foto – Imagem da 3ª Capela, alguns anos depois.
Do arquivo de Maria Rosilene Martiniski Lessak.




REGISTROS HISTÓRICOS



O Pavilhão de Festas


No início existiam apenas alguns botequins muito precários, que por serem abertos eram usados com frequência por bêbados e outros que não tinham aonde ir e ali ficavam “quase” que morando.

Mais tarde, o Sr. Zone Pereira que era casado com a Dona Catarina, muito pobres na época, tomou a iniciativa da construção de um pavilhão (fechado). E construiu o pavilhão com a ajuda de toda a comunidade.


Nomes dos Padres que por aqui passaram


Foram encontrados registros de missas ministradas por: 


  • Frei Anacleto, em torno do ano de 1922;
  • Frei Nazário Knoblem, em 1927;
  • Em agosto de 1929, quem celebrou a missa da chegada da 1ª imagem de Nossa Senhora da Glória foi Frei Vitor;
  • Frei Modestino;
  • Depois Frei Arnaldo (com missas mais frequentes, pois vinha da Paróquia de Canoinhas).
  • E o Bispo Dom Daniel Hostin, que vinha mais ou menos, a cada 7 anos.


Momento de muita alegria foi a vinda dos Freis Capuchinhos, em função das 1ª MISSÕES realizadas em Canoinhas e também aqui em Bela Vista do Toldo. 




Na foto – Freis Capuchinhos – 1ª MISSÕES, em 1950.
Do arquivo de Angelina Damaso da Silveira dos Santos.



Na foto – Freis Capuchinhos – 1ª MISSÕES, em 1950.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena)



Bem mais tarde, no ano de 2002 ocorreu a 2ª Santas Missões, com a presença dos Freis Capuchinhos, vindos do Rio Grande do Sul.





Na foto – Freis Capuchinhos – 2ª MISSÕES, de 12 a 17 de julho de 2002.
Do arquivo de Carla Simone Corrêa da Maia




Nome do primeiro ministro:


  • Romeu Wagner



Nome dos primeiros catequistas:

  • As primeiras catequistas foram Sofia e Frida Kohler;
  • Depois a catequese era ministrada por Freiras
  • E mais tarde pelas professoras da escola.


Nome de outras lideranças:


  • Augusto Alves da Maia, um dos primeiros animadores, já em 1920;
  • Alberto Kohler – Presidente na época da construção da 2ª Capela;
  • Miguel Lessak – Trabalhava sempre junto com Alberto Kohler em prol da comunidade. Era o batedor de sino da época;
  • Jacó Schimboski – um dos primeiros Presidentes;—
  • Adão Tyszka – sempre trabalhava para ajudar a Igreja; 
  • Alfredo Ludka Junior, Ivo Küchler e José Rodrigues – primeiros Coroinhas.


A participação do povo:


A participação da comunidade sempre foi parecida como é hoje. Pois existiam os que demonstravam extrema devoção e sempre participavam, outros que apareciam na Capela somente de vez em quando e outros que quase nunca participavam das Celebrações.



Como as famílias rezavam:


As famílias rezavam e participavam das missas e celebrações sempre com muita fé e devoção. Diferente de hoje.



As orações que rezavam:


Rezavam sempre o Terço, a Ladainha e a Via Sacra. Pai Nosso, Ave Maria, Creio em Deus Pai, Consagração, ou seja, praticamente todas as orações que são rezadas ainda hoje.



Em que momento do dia rezavam:


As missas sempre eram realizadas no período da manhã, lá pelas 10 horas. E quase sempre no domingo.


O Padre chegava normalmente no sábado de manhã, se hospedava na casa de um morador, normalmente na casa de Augusto Kuchler e de Alberto Kohler.


Logo que chegava pela manhã, o padre soltava o cavalo no pasto, almoçava com a família e a tarde ensinava Latim para os coroinhas.



Como eram celebradas as missas:


Bem no início, a missa era rezada parte em Português, parte em Latim. A população participava orando e cantando em Português. A missa era na verdade como um “Terço”, sendo rezadas as Dezenas e a Ladainha.


O Padre rezava de frente para o Altar, virando-se para o povo somente quando ia fazer uma benção, agradecer ou dar algum recado ao povo, e logo voltava-se ao Altar novamente.


Nas missas sempre tinham dois coroinhas, um em cada lado do Padre, para auxiliar quando fosse necessário. As mulheres somente podiam comungar com véu branco na cabeça.



Na foto – a imagem da procissão mostra os coroinhas 
e as mulheres todas de vestido e véu branco na cabeça. 
Do arquivo de Cristiane Pereira.



Como eram feitas as rezas (terços, cultos, novenas, via-sacra, semana santa, dias santos de guarda):


As orações eram feitas quase sempre na igreja. Nas casas somente na Quaresma, que se rezava a Via Sacra.


Faziam também a “Recomendação”, que se rezava a meia-noite, durante mais ou menos 1 hora, somente nas casas que tinham uma cruz no portão. Essa reza era feita no escuro, os donos da casa não podiam ver quem estava rezando. Sê o dono da casa quisesse dar alguma bolachinha ou agrado, no final da reza, todos saiam correndo, para que não fossem vistos. Às vezes, o grupo passava a noite inteira rezando de casa em casa.


Quaresma e Advento eram tempos de reflexão, de penitência. Tempo de faxina e arrumação em tudo quanto houvesse, em casa, no sótão, no porão, no paiol, mangueira, potreiro, quintal, jardim, em tudo. Essa faxina servia para simbolizar o necessário exame de consciência, certo tipo de acerto de contas consigo mesmo, com o próximo e com Deus, feito através da Confissão.


Nas quartas e sextas-feiras não se podia comer carne, abstinência também de outras coisas que muito gostavam como o chimarrão. Na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa, jejum, abstinência e muito silêncio, só conversavam o necessário.


No Advento, também se fazia faxina em tudo e abstinência de carne nas quartas e sextas-feiras e de guloseimas todo o tempo. Para dar mais valor a fartura dos outros tempos.


Os preparativos para o Natal começavam bem antes, com a preparação da festa de Nossa Senhora da Conceição. Desde o último dia de novembro havia novena, toda noite, na Capela. Novenas preparatórias para a festa do dia 08 de dezembro. O dia anterior era dedicado a ornamentação da Capela, deste o Altar até nos arredores, com fitas, galhos de palmeira e arcos de taquara no caminho por onde passaria a procissão.





Nas fotos – convite para a Festa da Imaculada Conceição, em 1947. 
Do arquivo de Anita Pereira da Silveira.



Batizados e Crismas:


Eram feitos no mesmo momento se o Bispo estivesse presente e tendo qualquer idade.


Na hora da missa o Padre ia até o meio da Capela ou no meio do povo, encontrava quem tinha que ser batizado e já batizava, se fosse o Bispo também crismava na mesma hora.


No início era tudo feito sem registro, sem nome, se contava apenas em números para por no Livro da Matriz.



Primeira Eucaristia:


Bem no início da história a Primeira Eucaristia não existia.


No Livro da Matriz Cristo Rei de Canoinhas consta o primeiro registro de Primeira Comunhão na Capela de Nossa Senhora da Glória de Bela Vista do Toldo, como sendo em 04/02/1923, com 20 neocomungantes, sendo 14 meninos e 06 meninas (Fonte: Livro da família Kohler)



 Na foto – crianças com a imagem de Nossa Senhora da Glória no dia da Primeira Comunhão.
Do arquivo de Cristiane Pereira.




Nas fotos – Primeira Comunhão de Eraldo Lessak e demais crianças da comunidade.
Do arquivo de Cristiane Pereira.


Na foto – Primeira Comunhão de Isabel Lessak
Do arquivo de Cristiane Pereira.



Na foto – Primeira Comunhão de Tereza e Antonio Tyszka, em 1943.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena).



 Nas fotos – Primeira Comunhão de Natália Lessak e crianças da comunidade, em 01/04/1947.
Do arquivo de Cristiane Pereira

Na foto – Primeira Comunhão de Vilma Lessak
Do arquivo de Cristiane Pereira


 Na foto – Primeira Comunhão de Rosita Pereira, em companhia da catequista 
e de sua irmã Anita Pereira vestida de anjo
Do arquivo de Cristiane Pereira



Casamentos:


Eram feitos sem “cerimônias especiais”. Todos que queriam casar, se casavam no mesmo dia e na mesma missa, devido a demora do retorno do Padre.


No início, quando o padre vinha de muito longe e demorava meses até retornar, no momento da missa eram realizados todos os batizados, crismas e casamentos que tinham para ser feitos. Às vezes, o povoado ficava sabendo com alguns dias de antecedência sobre a chegada do Padre e já se organizava.


No início não havia registro algum, depois, essas cerimônias eram registradas em Livro próprio da Capela. Mais tarde sendo esta Capela vinculada a Matriz Cristo Rei em Canoinhas, esses registros passaram a ser feitos no Livro do Tombo da própria Matriz.



Velórios:


Os caixões eram feitos de tábua bruta com uma cruz em cima. Levavam o caixão nas mãos com cordas ou na carroça e se velava o falecido de um dia para o outro (como é ainda hoje).



O luto:



O luto era Sagrado, de 06 meses a 01 ano.


Às pessoas de luto não iam a lugar nenhum, só na Igreja. Usavam somente roupa preta. Quem guardava luto eram mais as mulheres.


O luto era feito com muito respeito, luto fechado por um ano para os adultos, para os jovens o luto era pelo mesmo período mais de forma mais leve e para as crianças de meio ano. Com braçadeira preta na manga da camisa, fita preta no paletó e no chapéu.


Nada de festa, de comemoração, de “ajuntação” de pessoas. Tudo de forma mais intensa sê a pessoa era de casa.



As festas:



Para a festa, a comunidade se reunia e todos juntos faziam os preparativos, montando e organizando os botequins e as barraquinhas, assim como o palanque do leiloeiro, preparando as comidas e principalmente as celebrações do dia.


Na foto – comunidade e Freis nos preparativos para a grandiosa Festa.
Do arquivo de Romeu Wagner.




Nas festas eram vendidas comidas como churrasco e pão de padaria (trazido de Canoinhas), pastéis e alguns tipos de doces.


Para o churrasco era feito uma grande vala no chão, onde se fazia o fogo e colocava os espetos, bem compridos de madeira, enfiados no chão.


Também tinham bebidas como a cerveja preta Nó de Pinho, gasosa vermelha, gingibirra, malzbier e cachaça pra animar.


Também tinha música e animação, com banda contratada de outro lugar ou então a animação da festa era feita por qualquer um que soubesse tocar e cantar.



Na foto – na festa da igreja, homens da comunidade ao lado do botequim de bebidas.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena)


Na foto - Raulino Pereira, Jair, Hercílio, Eliziário e Cazume Inushi - 
churrasqueando na festa da Igreja.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena)


Quem podia, ia na festa de roupa nova, 
pois esse era o grande evento do ano.





Na foto - Raulino Pereira, Rodolfinho e companheiros, bem trajados para a festa da Igreja.
Do arquivo de Cristiane Pereira.



Na festa tinha sempre: missa, procissão, leilão, rifa, bebidas, sonhos e pastéis, pão e o indispensável churrasco.


Cada família comprava o almoço e procurava uma sombra para assentar a toalha.



Mais tarde, com o pavilhão de festas, as famílias podiam procurar uma mesa e almoçar com mais comodidade.



 Na foto – Pessoas da comunidade – o 1º é Raulino Pereira, ao lado Pedro Tyszka e 
o último é Heraldo Lessak, também aparece na foto, o Frei Modestino. 
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena).



Na foto – Pessoas da comunidade – o 2º é Raulino Pereira, o 4º é Pedro Tyszka e o último é Frei Modestino. Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena).


Na foto – Oscar Pereira e Esposa Tereza e Raulino Pereira e esposa.
Do arquivo de Tereza Tyszka Borges (Dona Nena).



Na Capela São João Batista da família Correia, também todo ano eram feitas festas como a Festa do Padroeiro e a Festa Junina em homenagem a São João. No dia da festa, tudo era de graça, tudo era doado pelos “Correia” que faziam comidas para todos e doces para a criançada. Somente quem queria beber tinha que pagar.



Nome de pessoas que mais se destacaram ao longo dos anos:



Com certeza se destacam nesta história todas as pessoas deste povoado, hoje município, que se mantiveram católicas e que mantiveram a fé em Deus Pai, em Cristo e em Nossa Senhora viva neste local até hoje.





AS IGREJAS PARTICULARES


No povoado de Bela Vista do Toldo, ainda existiu uma Igreja particular da família de João Correa que tinha como padroeiro São João Batista. A imagem de São João Batista existente naquela Igrejinha foi doada pela família e é a mesma existente na 
Capela de hoje.


Assim como os “Correa”, devotos de São João Batista, os “Romão” também tinham uma grande devoção em São Gonçalo, para o qual faziam sua veneração especial, com orações e fandango. Nos Romão o fandango era de noite, dentro de casa, para os escolhidos que eram convidados de porta em porta.


Na tradição tanto de São Gonçalo como de São João, tudo tinha que ser feito nos conformes ou então, era melhor nem fazer a festa.




 OUTRAS IGREJAS E RELIGIÕES:


Durante longo tempo, não se tem conhecimento sobre a existência de outras religiões nesta comunidade, pois inicialmente existiam apenas famílias católicas.


As diversas Igrejas Evangélicas hoje existentes na cidade de
Bela Vista do Toldo e também no interior, fazem parte da história recente do município.





ANOTAÇÃO FINAL:

 Para concluir esta página da história digo que para elaboração deste REGISTRO HISTÓRICO foram realizadas muitas pesquisas, conversas e buscas sobre os tempos passados.

Agradeço a todos aqueles que com gosto contribuíram como:
 *Anita Pereira da Silveira
  *Rosita Pereira Schimboski
 *Romeu e Jandira Wagner
 *Ivo e Osnilda Kuckler
   *Maria Roselene Martiniski Lessak
   *Mariane Lessak Massaneiro 
  *Tereza Tyszka Borges
   *Wilson Wagner
   *Cristiane Pereira
 *Eliane Damaso da Silveira
 *Tereza Janicoviski Tadra
 *Escola de Educação Básica Estanislau Schumann
 *Relinda Kohler através do livro:
 “OPAPA ALBERTO, ESTES KOHLER E OUTROS PERSONAGENS

Destaco as pesquisas bibliográficas neste livro da família Kohler,
também em sites da internet com reportagens especiais,
sem contar outras tantas conversas e informações recebidas.

Peço desculpas por pessoas, fatos e ocorridos importantes que não foram citados,
e também por informações erroneamente prestadas.

Eu redigi e com muito orgulho entrego este importante registro histórico da comunidade de fé Cristã de Bela Vista do Toldo.

Carla Simone Corrêa da Maia










2 comentários:

  1. muito linda toda a historia desse municipio......... que evolui sempre........

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  2. Sim, uma bonita história que deve ser contada para conhecimento dos jovens e para não ser esquecida na memória dos que as viveram.

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