A ALIMENTAÇÃO, como era?





A ALIMENTAÇÃO DE ANTIGAMENTE 



Os índios e depois também os caboclos utilizavam para alimentação a caça, a pesca e a coleta de frutos da terra, como pinhão, fruto de palmeira, broto de taquara, de cará, de 'cajujica', entre outros, tudo que não fosse venenoso podia ser usado como fonte de alimentos. 


Os caboclos podiam também dispor dos alimentos produzidos nas roças de capoeira de propriedade dos fazendeiros ou dos mais abastados, onde eles trabalhavam em todo o terreno em troca de parte da produção. O trabalho era pago por alqueire de roça. 


Os imigrantes e seus descendentes tinham uma alimentação mais rica, contando com o que eles mesmos produziam nas roças de capoeira e nos quintais, com o que fabricavam e também com os alimentos adquiridos nos armazéns. 


Comiam feijão e arroz (comprado), aipim, batata, batata-doce, abóbora e outros alimentos produzidos na roça ou quintal e também carne (fresca, defumada ou de lata), charque, linguiça, 'toicinho'. 



As comidas salgadas mais utilizadas eram quibebe, angu, charque, pirão, paçoca e virado ou revirado de feijão. As doçuras mais comuns eram rapadura, pão de ló, bolo de fubá e de aipim, pão de queijo, doce de abóbora, pé de moleque, sonho, quindim e beijo de moça.




Tinham sempre a broa ou pão de centeio, o pão branco só tinham de vez em quando, pois era artigo de luxo (o trigo era importado), muitas vezes ainda usavam o fubá misturado no trigo para render mais. 


A broa ou o pão branco eram passados com mel, banha de porco e melado (quando comprado). O fermento para o feitio de pão era feito na própria residência e guardado em garrafas que às vezes estouravam indo fermento até o teto. 


Quando começaram a plantar o trigo este era triturado com casca e tudo na 'jorna' de pedra. Somente mais tarde era levado para moer no moinho, assim como o arroz que primeiro era descascado no pilão e depois com o passar do tempo passou a ser levado para o descascador. 


O milho era descascado e debulhado na mão ou na debulhadeira (só quem tinha). Também existiam muitas famílias que tinham 'pilão' e 'jorna' para fazer quirera, fubá e farinha. 


Quem não tinha nem porco, nem gado, nem galinha, aproveitava a carne de caça, como: tatu, lagarto, cateto, capivara, entre outros animais silvestres além dos peixes. 


Bebiam muito chá de pauzinho de erva mate, chimarrão e quando podiam faziam café na 'chicolateira'. 


Nas festas era possível encontrar a cervejinha do 'Loeffler' nó de pinho, gasosa, gengibirra, malzbier, também tinha vinho, licor e cachaça pra animar. 


Com o tempo tinham a disposição muitas frutas vindas diretamente do pomar como: pera, pêssego, maça, caqui, uva, ameixa, marmelo, e outras. 


Levavam para a roça ou para o mato, virado de feijão e paçoca de carne de sol (charque).



COMO GUARDAVAM OS ALIMENTOS


Os alimentos como feijão, arroz e centeio eram secados ao sol para então poder guardar em caixas de madeira, latões ou cestos de palha. 


O feijão precisava sem bem seco e guardado com o cisco, não podia 'ventar' para não estragar. 


O arroz não precisava ficar muito seco, pois dificilmente estragava, mas o centeio tinha que ser bem seco ao sol, levado para moer no moinho para só então ser guardado. 


Sempre se tinha que ter cuidado com os ratos para que não estragassem e contaminassem os alimentos. 


As carnes eram armazenadas com muito cuidado. 


Pela dificuldade no armazenamento da carne de gado, por ser em maior quantidade, era feito o sistema de troca-troca, um vizinho matava o boi e repartia a carne com os outros vizinhos, sendo que da outra vez, era outro vizinho que 'carneava' e devolvia a mesma quantidade de carne recebida anteriormente. 


Um tanto dessa carne era aproveitada fresca e o restante era bem salgada e seca ao sol para fazer o charque que não estragava. 


carne de porco era frita junto com a banha e armazenada em latas. A cada refeição era retirada apenas uma porção, na quantia que fosse suficiente, era então esquentada na panela e servida junto com as outras comidas. 


A carne de porco também podia ser salgada e 'fumaçada', sendo que faziam bastante o 'toicinho' e também linguiça.





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